Volta da novela ‘Rainha da Sucata’ ao ar repõe em cena sucessos de Magal, Roupa Nova e Wanderléa
Sidney Magal em 1990, ano em que gravou a lambada 'Me chama que eu vou' para a abertura da novela 'Rainha da Sucata' Reprodução ♫ MEMÓRIA ♬ Anunciada pel...

Sidney Magal em 1990, ano em que gravou a lambada 'Me chama que eu vou' para a abertura da novela 'Rainha da Sucata' Reprodução ♫ MEMÓRIA ♬ Anunciada pela TV Globo no início da tarde de ontem, 22 de outubro, a volta da novela Rainha da Sucata ao ar a partir de 3 de novembro, na faixa vespertina intitulada Vale a pena ver de novo, mexeu com a memória musical dos noveleiros que acompanharam a trama de Silvio de Abreu entre 2 de abril a 26 de outubro de 1990. É a primeira reprise da novela na TV aberta desde 1994 e isso significa que, após 31 anos, sucessos de Magal, Roupa Nova e Wanderléa voltarão à cena com Rainha da Sucata. O grande hit da trilha sonora orquestrada por Mariozinho Rocha – então no posto de diretor musical da TV Globo – foi a estilizada lambada Me chama que eu vou, gravada por Sidney Magal para a abertura da novela. Após período de grande visibilidade nacional em que encarnou o amante popstar latino na segunda metade dos anos 1970, o cantor já estava esquecido, fora da mídia, quando voltou à tona com força. No embalo do sucesso da lambada, gênero popular no Norte do Brasil que conquistou todo o país na segunda metade da década de 1980, Magal pôs voz e sensualidade na gravação de Me chama que eu vou. A música era inédita e ganhou a forma estratégica de lambada, tendo sido composta por Torquato Mariano e Cláudio Rabello. A composição se ajustou com precisão ao estilo caliente de Magal e fez o cantor renascer nas paradas. Ainda hoje, Me chama que eu vou figura entre os cinco hits obrigatórios dos shows do artista. Sempre presente nas trilhas de novelas da Globo, o grupo carioca Roupa Nova também emplacou mais um hit nacional a reboque da execução de música do sexteto na trilha sonora de Rainha da Sucata. Coração pirata – composição assinada pelos seis integrantes do grupo carioca em (única) parceria com o letrista Aldir Blanc (1946 – 2020) – bateu forte na trilha como o tema da protagonista Maria do Carmo, a sucateira interpretada por Regina Duarte, e se tornou mais um hit radiofônico do Roupa Nova. Quem também voltou às paradas a reboque do sucesso da novela Rainha da Sucata foi Wanderléa. A artista regravou Foi assim (Juventude e ternura) (Ronaldo Corrêa e Roberto Corrêa, 1967), melancólica canção que lançara na época da Jovem Guarda, e viu a música recair na preferência popular pela segunda vez. Na disposição das músicas na trama de Rainha da Sucata, Foi assim era o tema romântico e nostálgico do casal formado por Maria do Carmo com Edu (Tony Ramos). A trilha sonora da novela também contou com gravações de grandes nomes da MPB como Djavan (Cigano, música do álbum do cantor em 1989), Gal Costa (1945 – 2022) (Nua ideia, faixa do álbum Plural, daquele ano de 1990), Maria Bethânia (A mais bonita, gravação de 1989 do álbum Memória da pele), Milton Nascimento (Coisas da vida, faixa do álbum Txai, de 1990), mas nenhuma dessas gravações reverberaram tanto na novela e (na memória popular) como os sucessos de Magal, Roupa Nova e Wanderléa. Contudo, cabe registrar que a trilha sonora de Rainha da Sucata também apresentou ao Brasil a voz da então estreante Adriana Calcanhotto, presente com a gravação de Naquela estação (1990), tríplice parceria de João Donato (1934 – 2023) com Caetano Veloso e Ronaldo Bastos. Naquela estação era o tema de Mariana, personagem da atriz Renata Sorrah. Enfim, a novela Rainha da Sucata teve músicas à altura da trama que conquistou o Brasil naquele ano de 1990.